Thursday, December 13, 2012

As mãos

Contra violência se usou violência
Contra a natureza se usou a mão
Destruição da vida sem complacência
Marcando a era da contradição
De sua essência o homem fez ciência
Numa busca por compreensão
Troca compaixão por paciência
Troca sentimento por omissão
Mas eis que vem surgindo um tempo
Em que o pensamento é reconstrução
Mundar e semear a Terra já é o momento:
Agora é mãoes com mãos

Mãos com mãos podem ser um auxílio
Mãos com mãoes podem ser oração
Mãos com mãos podem ser um caminho
Mãos com mãos podem ser união
Não é queda de braço,
Não é mais violência
Não é truque de mágica
Não é competição
É a preseça da Força do Universo
Que também nos dá a sua mão

Melhorar e preservar a vida: missão de todos
Natureza salva, um mundo novo
Proteção, sem pretensão, pressão ou fronteiras
Nossa realidade será uma nova estrada

Mãos com mãos podem ser cumprimento
Mãos com mãos podem ser uma senha
Mãos com mãos podem ser brincadeira
Mãos com mãos podem ser um momento
De aceitar um amigo, de acender a esperança
Recriar a plena harmonia, repensar uma aliança

E na nova era que agora nasce
Existe espaço, tempo, oportunidade
Ambiente e homem, o novo e o velho, agora face a face
Cada um com sua responsabilidade
De sua essência o homem fez ciência
Numa busca por compreensão
Mas com a liberdade perceberemos que somos iguais, irmãos
E eis que vem surgindo um tempo em que o pensamento é de revolução
Cultivar vida plena já é o momento:
Agora é mãos com mãos

Monday, December 3, 2012

Crônica num restaurante da Liberdade

Ultimamente tenho pensado muito no que quero. No que espero como felicidade. Onde encontrá-la. Houve fases em que achei que ela estivesse nas roupas e, por isso, deduzia que quanto mais cara, mais felicidade haveria nela. Com o tempo, não notei diferença em meu estado de espírito e parti pra outra. Roupas não estavam com nada mesmo. Pelo menos, de guarda-roupa renovado com as melhores marcas do mercado, tinha conseguido uma vantagem sobre as demais pessoas e eu adoro uma vantagem...

Depois de algum tempo tentando equilibrar o pagamento das faturas do cartão de crédito, decidi iniciar uma programação de viagens. Pensei em alguns destinos mais exóticos, como Burkina Faso, ou algo mais próximo como Curitiba, mas as pessoas não iam conhecer ou não iam achar nada sofisticado estar numa capital do sul brasileiro (ainda se fosse o caro nordeste). Fiz uma lista pelos países mais desejados da Europa. Sim, porque as pessoas sentiriam inveja de mim, da minha felicidade ao conhecer tantos lugares lindos e deslumbrantes! E, se as pessoas acreditam que eu estou feliz, por que raios eu não posso acreditar também? Peguei um cartão novo e financiei minha viagem. Foi bacana e tudo, mas nada mudou em mim.

Ah, mas quando retornei da Europa, vi que meus amigos estavam em outra onda: saindo com garotas lindas e contando vantagem uns para os outros. Como estavam felizes, e como tirar vantagem é comigo mesmo, decidi que este seria meu novo passatempo: conquistar meninas, as mais cobiçadas do nosso meio! Bonito eu já sou, só precisaria encontrar uma forma de impressionar minha presa. As garotas gostam desses presentes caros, bons restaurantes com contas altas pra pagar no final... Sem falar que com meu investimento em viagem, cultura é que não me falta. Poderia me mostrar o mais entendido em culinária mundial e falar sobre minhas diversas experiências no velho mundo. Claro que não descreveria os dias perdidos por conta de ressaca e nem as verdadeiras situações embaraçosas pelas quais passsei por falta de idioma. Nunca gostei de estudar, afinal, o importante não é o quanto se sabe, mas o quanto você demonstra saber, não é mesmo? Bom, parti para minha caça numa noite agradável. Escolhi minha vítima. Era linda. E já tinha dispensado um monte de amigo meu. Fiz uma ceninha, mas não a convidei pra sair logo de cara. Pesquei que a mina gostava de vinho e tratei de pesquisar algo no meu grande instrutor Google. Tratei de decorar o nome de um vinho chique e numa outra oportunidade marquei nosso encontro. Meu carro não estava lá grandes coisas, mas já poderia explicar que em breve o trocaria, pois havia quitado o possante há apenas algumas semanas (claro que esse detalhe eu deixaria de fora). E lá fomos nós! Nem quis olhar no cardápio. Me fiz logo de “O” entendido e pedi a tal garrafa de Errrmitagê La Chapelê. Já tinha pesquisado também o que combinava com a bebida e dei a sugestão pra garota, que ficou totalmente impressionada com meus conhecimentos.

Conversa vai, risinhos, energia gracinha e eu estava certo que no dia seguinte poderia ligar para toda a galera contando sobre meu feito, ou melhor, minha fácil conquista. Mas eis que vem a conta. Quase dei um salto da cadeira e saí correndo. Após umas cinco linhas com a descrição do consumo, o valor absurdo de quarenta mil reais aparecia. “Deve haver algum engano”. Comentei com o garçon quase como uma súplica de socorro. “Senhor, há oito garrafas no mundo do incrível Hermitage La Chapelle. Bem, agora há seis, pois o senhor acaba de consumir duas. Não há qualquer engano.” Não tive o que fazer. Deixei o carro e o a diferença ainda passei em um dos meus cartões de crédito que não estava estourado. Fiquei a pé. Sem a garota e sem dinheiro. R$ 40 mil! E olha que o vinho nem era tão bom assim...

Wednesday, November 28, 2012

As coisas mais importantes da vida

Há dias em que queremos apenas um colo pra deitar, um peito para repousar a cabeça cansada... Há dias em que apenas queremos uma tarde para uma caminhada com a pessoa certa ao lado segurando em nossa mão, um sorvete no banco da praça, um olhar para o céu chuvoso ou estrelado. Há certos dias em que a comida mais simples é a desejada porque vamos saboreá-la na melhor companhia, e depois dividiremos o cafezinho, a bolachinha que derrete na boca... Há dias em que queremos ler um bom livro, só para depois contar como a história estava boa e dar boas risadas juntos, ou discutir o tema sério abordado... Há dias em que apenas queremos sair por aí, sem destino, sem planos, só com a mochila nas costas e nosso amor como guia... Há certos dias... Há certos dias em que levantamos da cama e, como num passe de mágicas, nos damos conta de que essas são as coisas mais importantes da vida.

Friday, November 2, 2012

Homônimos e Parônimos

O que eu mais quero nesta vida
É acender uma boa idéia
Para ascender na profissão
Usaria uma broxa e então pintaria
Talvez uma brocha e pregaria, então
Sei que se muito eu sevar
Vou cevar todos os meus sonhos
Mas não quero me cegar
E minha essência não vou segar
Um dia, como um Xá eu vou estar
Em meu palácio tomando chá
Nunca caçado, tampouco cassado
Estático em minha posição, posso
Ficar extático em meus pensamentos
Tudo poderia: taxar para o luxo manter;
Tachar para conservar todo o meu poder
Agora vou pegar aquela velha maça
Misturar tudo e fazer uma massa só

Mas sou um cara decente que
Descende de família eminente,
Sem qualquer iminente mal
Afinal, o meu único pleito
É para que um dia te faça um preito
E torne sorte o que hoje é azar
Para enfim desejar o teu corpo inteiro
Sem medo, sem temor, sem receio

O que mais desejo nesta vida
É ter um assessório para me orientar
A escolher sempre o melhor acessório
Pois não sei se me serviria o aço
Ou se asso o que não mais quero
Já também não sei onde pôr o acento
E naquele assento fico a esperar
Uma pessoa tão sédula que consiga
Me enxergar além do que é cédula
Pois tudo agora parece forte cerração
Com uma serração quase a me recortar
Talvez seja apenas uma sessão de nostalgia
Sem cessão de alegria na seção da euforia 
E minha última esperança é ir ao concerto
Para ver se conserto tudo o que não sou

Mas sou um cara decente que
Descende de família eminente,
Sem qualquer iminente mal
Afinal, o meu único pleito
É para que um dia te faça um preito
E torne sorte o que hoje é azar
Para enfim desejar o teu corpo inteiro
Sem medo, sem temor, sem receio

A mulher que conheci

Certa vez conheci uma mulher muito doce e que tinha o amor no olhar.  Ela nunca precisou falar muito comigo, pois só do jeito dos seus olhos percorrerem os meus, já conseguia adivinhar o que ela queria de mim. Era uma mulher muito sonhadora, que adorava escrever os seus pensamentos em papel, muitas vezes, se permitindo espalhá-los pela casa inteira. Mas era tão transparente e tinha atitudes tão concretas que sempre era possível ter a certeza do que ela pensava. Tinha uma simplicidade tão admirável... Não me lembro de tê-la visto reclamar de suas más condições financeiras ou por não poder ter algo material. O seu único sonho de cunho materialista era ter uma casa; não uma mansão, nem um barraco: uma casa digna onde pudesse manter-se como dona. Aliás, não sei se conhecerei uma mulher tão dedicada à família como esta. E não era obrigação, pois, por vezes, houve possibilidade de deixar de ser uma “dona-de-casa”, mas era uma vontade de cuidar da família, de ter certeza de que todos comeram bem, e estavam vestindo as roupas mais limpas do mundo ou, ainda, se estavam confortáveis em casa. Realmente, era uma mulher encantadora e conquistava a todos com o seu jeito sincero de ser. Estava sempre rodeada de gente por isso. Não houve nada nesta vida que esta mulher não tenha perdoado. Logicamente, houve quem a tenha magoado, talvez até sem intenção, ou por achar que haveria um tempo posterior para desculpar-se ou mudar de atitude com ela. Mas em seu último olhar, o qual presenciei, havia um amor maior ainda, como se estivesse fazendo, de alguma forma, um último sacrifício por aqueles a quem tanto amava. Aos domingos havia um encontro secreto no quarto desta mulher. Seus filhos e esposo ficavam horas amontoados na mesma cama contando os fatos da semana. E, quando necessário, esta mulher mostrava toda a sua sabedoria. Obviamente ela tinha muitos defeitos, mas de tão pequenos, os considero descartáveis. Também me iludi achando que teria mais tempo de aproveitar todo aquele carinho, aquela sabedoria, aquele amor... Arrependo-me de não ter investido mais tempo com esta mulher tão maravilhosa. Hoje, há tantas perguntas sem respostas, tantos conselhos mudos... Sinto-me muito desprotegida sem a força e a garra desta mulher. Mas não, não posso reclamar ou me lamentar. Jamais. Jamais quero decepcionar uma mulher que mesmo com dois braços quebrados aprendeu a bordar; que tendo três meses de vida, tinha uma esperança infinita de viver; que em seu leito de morte cantou uma última canção ao invés de chorar. Ela se foi com sua fé inabalável, com sua força inconfundível e com sua coragem imensa. Já são tantos anos, mas ainda me pego preparando homenagens  “de dia das mães” para esta mulher que fez muito mais do que me trazer ao mundo.

Thursday, November 1, 2012

Eu gosto do que eu sou

Eu gosto do que me tornei.
Quando me olho no espelho vejo as marcas
Dos caminhos que me levaram até você
Gosto das coisas que li, do que estudei
Gosto do que ainda preciso ler e estudar
Valorizo as pessoas que passaram por minha estrada
E me fizeram bem ou me fizeram mal
Todas me fizeram melhor
Todas me ajudaram a escolher
Um caminho que me levou até você
Eu gosto de ver como fiquei
A tranquilidade, mesmo tendo efrentado
Tempestastes sem ter abrigo firme
A alegria, mesmo tendo visto cenas tristes
Enquanto eu andava sobre pedras
O amor, mesmo vivenciando
Momentos de desesperanças
Eu gosto do que sou
Gosto do que sei e do que eu não sei
O que sei posso compartilhar,
O que não sei você me ensina
A cada dia, a cada momento, a cada respiração

Monday, October 8, 2012

O bom é sentar-se dos dois lados

A única coisa que espero é que, durante a viagem, eu não me esqueça de olhar pela janela e observar a paisagem. Tem vida nela! Tem paixão e cor. Talvez o destino nem será tudo o que eu imaginava, mas o caminho... O caminho me reserva surpresas. No caminho posso parar. Descansar. Refletir sobre onde chegarei. Quando encontrar o ponto final, terei muito a fazer! Os livros em que pesquisei não falam do percurso; falam da chegada. As pessoas passaram por ali com tanta pressa, afoitas pelo fim da viagem, esquecendo-se de visulumbrar as belezas do trajeto. Eu não! Quero ir bem vagarosamente. Quero conseguir distinguir cada detalhe, cada rosto, cada sensação que por mim passar (ou por que eu passe)... Afinal, o que farei ao chegar? Não sei ao certo. O que sei é que no retorno também quero ficar bem atenta aos novos cenários que se formarão por eu estar sentada do outro lado...

Thursday, September 27, 2012

As estrelas brilham para mim

Eu me sinto a Maria de Guimarães: única e inteira
Marília de Tomás no momento está por invejar-me
E até Ofélia deve me olhar com estranhamento
Pois assim me sinto: única espécie criada e inventada
Não que por mim tenha passado um Sionésio,
Tampouco virei liras de amor
Não creio que em algum momento um Pessoa
Tenha resolvido escrever um poema para mim
Mas tem algo tão profundo quando me olha,
Há algo muito puro quando me toca,
Há tanta sinceridade quando fala comigo...
Que não me resta outra coisa que não me sentir
A mulher mais especial deste pequeno universo
E que todas as estrelas resolveram brilhar
Apenas para me verem sorrir

Wednesday, August 22, 2012

Essa coincidência

Essa coincidência que não se permitiu acontecer
Me deixou triste, sem voz, sem pensar
Essa coincidência teimosa, que quis fugir ao longe
Coincidência que para muitos parece ser fácil
Mas não, não quis aqui pra mim exisitr
Essa coincidência teria feito tanto por mim
Teria...
Na história o se não existe, o fato marca
E se a coincidência não aconteceu, deve ser
Porque na história não devia de estar, na hora
Não devia de estar desperta
A coincidência...
Essa coincidência de um olhar para o outro
E enxergar o além que ninguém mais vê

Wednesday, July 11, 2012

Meu Deus, devolva minha inspiração

Meu Deus, devolva minha inspiração
Tenho olhado para as folhas e somente isto enxergo
O sol está um tanto gelado, sem brilho
A lua parece ter sido coberta por inúmeras nuvens
Eu a quero de volta!
Aquilo que me faz ver o que ninguém mais pode
O que traz alegrias inesperadas, surpresas na manhã
Quero sentir ao respirar, perceber o novo ao tocar
O que sempre encontro no caminho
Por favor, se alguém tiver roubado minha inspiração
Por caridade, por amor, por poesia, traga-a aqui
Somente ela será a mais bela companhia
Só ela pode suportar estar ao lado de um ser tão simples
Tão comum e tão cheio de drama

Thursday, July 5, 2012

Vai, Corinthians!

E as pernas tremem, as mãos ficam geladas
São apenas homens num campo, eu sei
São apenas seres atrás de uma bola, eu sei
Mas o que causam, o que movimentam e fazem parar
Isso sim é indiscritível
E se o coração acelera no vacilo
Vai à êxtase no acerto, no alvo conquistado
Não importa se demorou alguns minutos ou muitos anos
O que vale é ver uma nação reunida
Para celebrar uma festa que marca nossas origens
E fala um pouco sobre cada um de nós

Wednesday, June 6, 2012

Vida em poesia

Realmente faço da minha vida poesia
As pessoas são uma inspiração
A paisagem é o papel para escrever
Às vezes posso me perder nas rimas, no ritmo
Mas o importante é a essência do que canto
A poesia da vida está sempre em harmonia
Com o real e o que imagino sentir
Posso chorar e escrever a alegria
Posso estar feliz e desenhar uma lágrima
Mas a poesia me revela, me descobre, trilha do caminho
Com ela eu aprendo que o sorriso é a musicalidade
De qualquer texto

Friday, May 25, 2012

Espelho

Hoje eu não queria postar nada. E ao mesmo tempo queria gritar aos quatro cantos para que um só me ouvisse... Mas o que adiantaria? Não faz a menor diferença a dor, a lágrima, a tristeza. Então não quero falar nada que faça sentido. Aliás, já não sei o que faz sentido. Não sei onde me perdi, em que parte do caminho me encontro. Talvez eu não esteja em caminho nenhum. Eu sou boa de dar direções pros outros. Depois que eles se encontram, se vão. E consigo levam parte do que achei ser, levam o brilho do meu olhar. Levaram-me tudo. É a impressão que tenho. Ah, não me venham com os discursos prontos! De que adiantou ser tão querida, tão doce, tão educada, tão esforçada, tão companheira, tão perfeita??? Meu Deus, acho que eu quis sim ser perfeita! Não adiantou nada, porque ninguém conhece o que está oculto. Sentimentos. Química. Matemática. Poesia. Um bando de palavras impensadas. E de repente os próximos cinquenta anos se passaram em rápidos meses. E de repente outra pessoa sentou na minha cadeira. A cadeira nunca foi minha, com certeza. Cabe aqui um por que? Não sei. Não há respostas para o sofrer, já diziam os poetas. Nõa há respostas para nada. Apenas há perguntas que nunca calam e nunca se calam. Um infinito de dúvidas. Um infinito de aperto no peito. Um infinito de frio... Acreditei demais? Acreditei de menos. Não acreditei em nada. Não acreidtei em mim. Não quero revisitar alguns lugares. Não quero mais nada. Eu me vergonho de mim mesma. Que Deus me ajude a esperar o tempo passar. Que as portas se abram! Como algo tão bom se torna algo tão ruim, amargo? Eu só preciso acreditar que o dia bom é amanhã. Amanhã é o dia perfeito!

Thursday, May 24, 2012

Quero que as horas se aceleram um pouco…
E que passe toda a saudade
Que venha a semi-final
Que o pai da sua namorada saia da UTI
Que  tudo fique bem pra você
E depois pra mim também

Monday, May 21, 2012

Silêncio

O silêncio é uma resposta interessante
Cabe muita coisa dentro de si
Muitos significados ou apenas um
O silêncio é a tentativa de dizer algo sem ferir
É a certeza de se enganar como mensagem certa
O silêncio que não fala não é mudo
Traz significados que podem se tornar nova resposta
Ou ainda mais silêncio

Friday, May 11, 2012

Diz: quem é maior que o amor? - Homenagem ao show dos Los Hermanos - EU VOU

Veja você, onde é que o barco foi desaguar
A gente só queria um amor
Deus parece às vezes se esquecer
Ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida
Que a gente vai passar
Veja você, quando é que tudo foi desabar
A gente corre pra se esconder
E se amar, se amar até o fim
Sem saber que o fim já vai chegar
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Abre a janela agora
Deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior
Que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim
Que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar
E agora está de bem
Deixa o moço bater
Que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos
Pra um amor de tantas rugas
Não ter o seu lugar
Diz, quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além
Vão dizer, que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair

Thursday, May 10, 2012

Simples assim

E há quem tenha medo da felicidade...
Felicidade é escolha, é o caminho traçado
Felicidade é simples, decisão fácil
Felicidade é aqui, agora
Por que colocá-la tão longe? Tão improvável?
Feclidade, para o medroso, é apenas um sonho
Mas, “como é possível sonhar
Com o que é impossível saber?”
Felicidade não se sabe; apenas se dá em nós

Monday, May 7, 2012

Apaixonar-se é descobrir-se no outro

Não me apaixono porque uma pessoa é bonita
Não me apaixono porque é inteligente
Tampouco me apaixono porque conhece diversos assuntos
Não me apaixono porque uma pessoa tem inúmeros talentos
Não me apaixono porque consegue ter sucesso na vida
Também não me apaixono porque se apaixonou por mim
...
Simplesmente me apaixono pela forma como esta pessoa
Faz-me sentir sobre mim mesmo

Thursday, April 12, 2012

Na correria da viagem, não posso escrever, mas ler. Viva a Cora!!

Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

Wednesday, March 21, 2012

Só sei de uma coisa: a vida é um grande sem sentido

Um dia sentiremos saudades da viagem que não  fizemos
Daquela que nos prometemos e começamos a planejar
Uma tarde qualquer sentiremos saudades do futebol
Do jogo que empatou porque o juiz anulou um gol
Sentiremos saudades de uma sexta-feira de espera
Não haverá comemoração das conquista, nem consolo das derrotas
Um dia sentiremos saudades da comida não mais preparada
Do café-da-manhã nunca mais posto
Sentiremos saudades das surpresas incompletas
Dos planos esquecidos, dos filhos que não nasceram
Sentiremos saudades do que poderia ter sido a felicidade
E encontraremos outras razões para se alegrar

A vida é um grande sem sentido

A saudade doi,
Doi a hora que quer
Machuca da forma que quer
E vai embora... Talvez um dia vá se quiser...

Thursday, March 8, 2012

Dia da Mulher

Existe um ser tão sublime com capacidade tamanha?
Capacidade de carregar no olhar uma doçura e mansidão
Mesmo diante das pressões de seus inúmeros papeis
Capacidade de trazer consigo as marcas do tempo e sua força
E ainda assim manter uma beleza rara e delicadeza inconfundível
Cantada por Vinícius como o ser que
“Transforma-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exala sempre
O impossível perfume...”
Cantada por Neruda como Plena,
“Maçã carnal, lua quente, espesso aroma de algas...”
Cantada pelo João, pelo Pedro e pelo José...
Simplesmente porque é o ser que se faz canção:
Seu caminhar expira musicalidade,
Seu falar são versos de amor,
E sua vida... Ah, sua vida é o ritmo que embala o mundo

Tuesday, March 6, 2012

Eu estava aqui o tempo todo

Eu estava aqui o tempo todo...
Não pude ouvir o teu chamado.
Havia perdido o meu vigor...
Velas e veias inchadas...

Não me levaram as monções... Não.
(Pedi segredo a Diana e a Febo).

Arda em fogo brando do fatal desejo... Arda!
Sou teu líquido predileto... Teu ar... Sou eu!
Nas lacerações maldosas da vida,
Meus braços te salvam... Te trazem... Te tragam...
Te confortam...

Nunca te arrependas! Sejas lenho... Inflama-me!
Sintas minha singela presença... Sejas minha!
Eu estava aqui o tempo todo.
Exalei madressilvas para que pudesses perceber-me...

Não notaste?...Não?

Eu estava preso num fosso profundo...
Situado bem próximo do fim do mundo...
Esperando por ti... O tempo todo...
Estava numa tentativa vã de esboçar-te um... Sorriso...
Pelos crisântemos caminhos do amor
Tuas palavras pedras rígidas em mãos morenas... Macias!
Teus fartos e lindos cabelos negros que causam
Inveja a qualquer mísero... Espelho!...

És linda!
Não querida! Não percas a esperança,
Essa senhora que te leva pela tortuosa estrada
Da vida...

Não duvides dessa senhora! Ela guarda toda magia
Que pode haver contida numa... Conquista!

Quero que me queiras como eu te quero.
Não te preocupes mais,minha Menina...
Das tuas perguntas serei as respostas...
Espero...

Derrubaste-me... És linda!... Te vi!...
És a pomba santa que espero...
Podes me ver?... Não?
Estou aqui! Estou aqui!

O Jumento e a Anta - e a Arara

O Jumento tentou firmar-se com a Anta. Ele a amava. Ela o amava também. A Anta acreditava que isso era suficiente, mas  o Jumento, muitas vezes pensava na Galinha, que ciscava  no terreiro.
A Anta nada percebia, até que um dia, viu o Jumento junto com a Galinha numa dança diferente de acasalamento. O Jumento tentou defender-se dizendo que infelizmente não era uma Arara e não conseguiria ser fiel a uma Anta. Separaram-se. A Anta encontrou uma Arara. O Jumento, tentando uma maior identificação, saiu com uma Vaca. E, veja só... O Jumentinho a levou numa exposição, para um almoço com amigos, está todo Arara com ela. No fundo, no fundo, todos os animais invejam aquelas penas coloridas... Que bom!

Wednesday, February 29, 2012

Foi um bom dia para ter recebido Flores e este poema de Neruda

O TEU RISO
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.
À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria.

Friday, February 24, 2012

Eu tenho uma nova história pra contar

Não há nada melhor de começar uma nova história
Reescrever tudo com novos personagens, novas atitudes e sonhos
De repente, um sorriso, um olhar, e tudo se renova
A vida é tão boa... nos deixa reescrever sempre
Mesmo com tantas crises
Crise econômica
Crise emocional
Crise ambiental
Crise de ciúmes?
Há uma larga diferença em falta de confiança e crise de ciúmes
Falta de confiaça porque há mentira, há imaturidade e insensatez
Só enxerga crise quem vive nela
Quem não consegue enxergar a si mesmo e reconhecer-se
Melhor que nada neste mundo é por acaso
Não caminhamos até a esquina sem que haja um propósito
Um propósito muito maior do que podemos imaginar
Muitas vezes, o propóisto de escrever uma nova história
Dessa vez com paisagens mais bonitas e leves
Que bom! Agora além de escrever, também quero pintar um pouco...

Tuesday, February 21, 2012

FELIZ CARNAVAL!!!

Carnaval. 


Época para celebrar nossa cultura, reunir os amigos e rever pessoas queridas. 


Também pode ser um momento de descobrir coisas novas, mais bonitas, mais profundas... 


Afinal, no Carnaval, as cores ficam ou não mais vivas e brilhantes? 


E tudo parece mais claro...

Tuesday, February 14, 2012

E é bom quando o pensamento da gente fica calmo

Um dia você abre a janela e percebe que o sol está ali
Lindo, radiante e brilhante como sempre
Percebe que as cores das flores, das árvores voltaram
Que o brilho e o encanto do olhar também
Tudo começa a tomar forma, nova e mais bonita
A chuva lava a alma, e leva o que é ruim embora
O arco-íris surge para renovar a aliança de felicidade
FE LI CI DA DE
A opção mais saudável a ser feita todos os dias
E a vida me sorri novamente, a cada manhã
E afinal quem nunca sofreu de amor?
Quem nunca esqueceu um amor?
E afinal quem nunca recomeçou?

Monday, February 13, 2012

Homenagem à minha autora predileta da infância, Ruth Rocha - Fiz o que pude

Assim como o passarinho da história de Ruth Rocha
Na hora que o incêndio começou,
Eu peguei meu baldinho e enchia de água várias vezes
Tentando conter o fogaréu
Contudo, sozinha, não consegui meu intento
Cinzas.
Agora é sacudir a poeira do pé
E seguir meu caminho...
E ele estará ainda mais florido

Thursday, February 9, 2012

Neste final de tarde, nada como me lembrar de Drummond

O CONSTANTE DIÁLOGO (Carlos Drummond de Andrade)

Há tantos diálogos

Diálogo com o ser amado
                   o semelhante
                   o diferente
                   o indiferente
                   o oposto
                   o adversário
                   o surdo-mudo
                   o possesso
                   o irracional
                   o vegetal
                   o mineral
                   o inominado

Diálogo consigo mesmo
            com a noite
            os astros
            os mortos
            as idéias
            o sonho
            o passado
            o mais que futuro

Escolhe teu diálogo
                           e
tua melhor palavra
                           ou
teu melhor silêncio
Mesmo no silêncio e com o silêncio
dialogamos.

Há de se aceitar que as folhas caem

As coisas mudam, passam e vão pra longe
Como as nuvens do céu a movimentar-se sobre nós
Teto do mundo inteiro que brinca de ser diferente
A cada instante, a cada passo, a cada ato
Nada é igual como ontem, como agora que já acabou
Acabou de acabar este instante e tudo se renova
O tempo também não é igual como antes
As horas ficaram mais lentas, mais tristes, mas mais constantes
Os ventos arrastam, levam e modificam a paisagem
As folhas não estão mais no mesmo lugar
A senha expirou, o cartão venceu, o minuto atrás morreu
Morreu e não volta e tudo se transforma
Há de se aceitar que as folhas caem
Mas os novos brotos surgem para despontar na primavera
Ciclo da vida
Ciclo do tempo
Ciclo do crescimento
O que quero para amanhã?

Wednesday, February 8, 2012

Último texto da trilogia “Trocando ideias com objetos inanimados”: Inti me convidou pra um bate-papo

"Certa palavra dorme na sombra
de um livro raro.
Como desencantá-la?
É a senha da vida
a senha do mundo.
Vou procurá-la.

Vou procurá-la a vida inteira
no mundo todo.
Se tarda o encontro, se não a encontro,
não desanimo,
procuro sempre" - Carlos Drummond de Andrade




Dessa vez não fui que puxei conversa. Eu estava na minha sala, de pernas para o ar, após minha corrida diária. Nem sei sobre o que pensava, agora cabeça mais tranquila. Foi então que um dos bordados de um dos quadros peruanos que ornamentam minha sala me chamou pra uma conversa. Era o próprio Inti, deus sol deste sábio povo. “Ei, você. Preciso mostrar-lhe algumas coisas”. Depois do Thomas e de minha TV falantes, nada mais me assustava e prontamente respondi: “Pois, não Inti, pode dizer. Fiz algo errado?”. “Não, não fez, mas queria revelar algo pra você. Não que seja digna ou merecedora, mas já que estou nesta sala há meses, e vi que não há muito movimento por aqui, quero compartilhar algo com você mesmo. Algo que muitos buscam, a chave da felicidade”. Fiquei atenta. Era tudo o que eu queria ter: a chave da felicidade. Quem não quer, afinal de contas, ser feliz? Pedi para que continuasse que não o interromperia. “Bom”, continuou ele, “primeiramente deve-se saber que todos já carregam consigo essa chave da felicidade. Não há quem seja mais ou menos privilegiado. Todos somos iguais. O que nos leva à felicidade é o amor. Quanto mais amamos, mais somos felizes. É necessário amar o que temos, os problemas que enfrentamos; é importante amar a vida e a morte também; temos que amar a tudo ao nosso redor; nossos amigos e inimigos. Não se pode perder isso de vista. O amor é capaz de curar todas as mágoas, perdoar, entender, superar. Tudo isso nos leva a felicidade. Não há inimigo mais mortal para nós mesmos do que a raiva. Ela é a única coisa no mundo capaz de abalar nossa paz de espírito. Se você não gosta de alguém, pode ficar longe, se defender, mas da raiva é impossível. Mas veja que o Amor é capaz de combatê-la. Mandá-la para longe!” Eu argumentei, dizendo que achava tudo muito bonito, mas pouco aplicável. “É que as pessoas querem acreditar que amor é algo rápido de se conquistar e fácil de se manter. Não é. Assim como é necessário lutar contra sentimentos negativos, é um desafio nutrir sentimentos bons, sobretudo o amor. Mas é por isso que todos vocês estão nesta terra, para aprenderem a amar. Só isso. E quando se aprende a amar, se aprende a respeitar, a lutar pelo próximo, a defender este solo... O amor faz tudo isso por si só. É o centro de tudo. Todavia, querida, realmente, não é algo fácil. Eu fico olhando pro mundo e não consigo entender. As pessoas só pensam no prazer individual e passageiro. Não querem construir nada para suas vidas, não querem construir o amor”. “Mas, Inti, a vida é muito curta mesmo, devemos mais que aproveitá-la”. “Sim, realmente. É muito curta, mas por isso mesmo, todo o aproveitamento deve ser vivenciado e experimentado sobre os nossos valores, os pilares do que nos tornam autênticos e nos conduzem ao amor. Amar quem gostamos e quem nos faz bem é fácil. Difícil é amar o que nos faz mal, o que nos incomoda. Entenda: amar não é aceitar. Você não vai amar um político corrupto, mas por amor a ele e por amor aos seus concidadãoes, deve lutar para que sua conduta seja aceitável e coerente. Conformismo não é amor. O que quero que entenda, é que o amor é o único sentimento que transcende culturas, religiões e crenças. É o que nos impulsiona a ser melhores”. “Tudo bem, mas você mesmo afirmou que não é fácil amar o tempo todo. Como lidar com isso, então?” “Bem, como disse, o amor precisa ser construído e, para isso, devemos alimentá-lo com gestos concretos de amor. Por exemplo, um casal apaixonado. Se esperarem a vida toda que o amor esteja resumido a cartinhas sentimentaloides, estarão perdidos. O amor, muitas vezes, troca essas cartinhas pelo bilhete na geladeira ‘Querido, deixei seu almoço pronto’. Amar é isso. Atos simples mas que dizem muito, que interferem na vida e a transformam em algo melhor. Mas, com certeza, há de se ter vigilância, pois muitas vezes, queremos um retorno, mas o verdadeiro amor não exige isso. Como disse um poeta. Ama-se porque se ama”. “O que não entendo é onde isso nos leva, afinal”. “Ora, para a felicidade! O amor nos leva experimentar momentos de felicidades, mas momentos concretos. Não algo que passa e se transforma depois num grande vazio. O amor é capaz de nos trazer uma alegria duradoura e permanente. Agora que tem essa chave, use-a imediatamente. Aprenda a amar e ser amado. Não tenha medo do que te faz crescer, mas também te faz feliz”

E um silêncio se fez. Inti parou de falar antes mesmo de me despedir. Suas palavras bonitas ficaram tempo ecoando na minha grande sala vazia. Uma paz tomou conta de mim e eu estava diferente.
Pude concluir, ao final dessas conversas, que existem três elementos básicos para a vida: Paciência, Fé e Amor. Desses três, o mais importante, como já cantado tantas vezes, é o Amor.



Tuesday, February 7, 2012

COCEGUINHAS

Hahahahahahahahaha
Não, não hahaha, por favor, pa hahahaha ra  haha
Hahahahahhaha
Chega, hahahah tá bom! Hahahahah
Hahahahaha
Por favor hahahahaha
Vou hahahahah morrer hahahaha
Hahahahahahhahahahaha

Monday, February 6, 2012

E eu pensando que fosse culpa da CPFL...

Minha TV não passa mais imagens. Se nega. Simples assim. Quando aperto o botão mágico do on, ela até reproduz o som do que está passando nos canais, mas imagem... nada! É lógico que eu estou atrás da CPFL, pois ainda acho que por incentivo de um trabalho mal realizado, o eltredoméstico resolveu fechar as cortinas para mim. Mas, já que eu estava um pouco de bobeira, por que não trocar umas ideias, tentar entender o que se passa com ela. Tentei iniciar o diálogo em espanhol, já que eu a comprei no Peru: “Hola TV. Como estas, chica?”, mas ela é muito inteligente e respondeu em português, para minha surpresa. “Podemos falar em sua língua nativa mesmo. Sou poliglota. De boa”. Que ótimo! Seria mais fácil da gente se entender. “Ultimamente, acho que você não está muito bem, não é? O que aconteceu?” perguntei com minha ansiedade usual. “É, realmente senti uma coceguinha, mas foi só. Aproveitei para lhe dar uma oportunidade. Poucos terão uma chance valiosa como esta”. “Que oportunidade é essa?” indaguei, já pensando tratar-se de algum programa de TV onde se dão prêmios milionários. “Você, como todos os seres vivos que conheci, inclusive os insetinhos que querem a luz da tela a qualquer preço, são muito apegados ao concreto. São muito presos no que se vê. Por que não contentar-se em ouvir e imaginar todo o resto? Por que não acreditar no que se sente, mesmo que não se veja? O ser humano perdeu a fé. Mas eis que eu te dou essa grande oportunidade. Agora você só ouve. O resto, você imagina, determina, escolhe. Tudo pela abstração. Vocês humanos são muito presos aos sentidos. Se conhecem algum deficiente, logo pensam ‘coitado’, mas não imaginam como essas pessoas podem desenvolver outros sentidos, redescobrir como enxergar a vida. E perceber como é bela. Essas pessoas podem enxergar pelo tato, sentir pelo cheiro, ouvir pelo paladar. Agora você terá a chance de uma nova experiência. Ter novas percepções”. Comecei a pensar. Realmente, tudo nessa vida tem o lado bom. Todas as experiências nos fazem crescer e aprender ser melhor. Aliás, a fé não é acreditar em algo que não se vêe? Acreditar no que é impossível e imperceptível aos sentidos comuns? Parei de irritar-me com a situação. Não sei se vou perder o meu tempo indo atrás da CPF. Afinal, agora o Willian Boner apresenta o Jornal Nacional vestido de Visconde de Sabugosa, o que é muito mais engraçado, e a Carolina Dickman está mais gordinha, o que é mais perto da realidade.  O abstrato está me levando ao que é real.

E adivinha o que o Anitelli resolveu cantar?

Pra falar verdade, às vezes minto
Tentando ser metade do inteiro que eu sinto
Pra dizer as vezes que às vezes não digo
Sou capaz de fazer da minha briga meu abrigo
Tanto faz não satisfaz o que preciso
Além do mais, quem busca nunca é indeciso
Eu busquei quem sou;
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto finjo, enquanto fujo.
Basta as penas que eu mesmo sinto de mim
Junto todas, crio asas, viro querubim
Sou da cor, do tom, sabor e som que quiser ouvir
Sou calor, clarão e escuridão que te faz dormir
Quero mais, quero a paz que me prometeu
Volto atrás, se voltar atrás assim como eu.
Busquei quem sou
Você, pra mim, mostrou
Que eu não sou sozinho nesse mundo.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo, enquanto finjo.

Friday, February 3, 2012

Essa é minha história (Homenagenzinha ao Show do TM Hoje)

Apoderar-se de si
Recombinando atos
Não sou quem estou aqui
Sou um instante passo
Cada um, cada qual
Resgatar o júbilo
Existir, ser plural
Repartir o acúmulo
Apoderar-se de si
Remediando passos
Convergir no olhar
Nosso brio e fúria
Conceber, conservar
Aguerrida entrega
Nesse nosso desbravar
Emanemo-nos amor
Até quando suceder
De silenciar
O que nos trouxe até aqui
Nada melhor virá...

Wednesday, February 1, 2012

Trocando umas ideias com meu sapo Thomas

Ontem enquanto dirigia ao som de “Transição”, pensando sobre alguns últimos acontecimentos, chateada e ao mesmo tempo ansiosa por respostas incertas que a vida talvez resolva me dar, o meu sapo Thomas, companheiro de aventuras sob quatro rodas, rompeu seu silêncio e começou a falar.  Você é boba mesmo! Assustei-me. Thomas, por que você nunca falou comigo antes? Ah, eu sou mais observador. Gosto de ficar aqui de cima, olhando a luz das estrelas, o movimento bonito dos carros nas ruas, a traquilidade das sombras onde você estaciona e as crianças brincarem no prédio. Aliás, prefiro que você estacione de ré, assim posso ver melhor tudo isso. Eu gostei da simplicidade dele e continuei a conversa. Thomas, mas por que você está me chamando de boba? Minha cara, você está aí angustiada tentando advinhar pensamentos e decisões que não são suas, que fogem ao seu controle. Você já fez isso comigo, trazendo essa Joaninha metida para morar comigo. Não quero saber dela; prefiro paquerar as mariposas que vêm descansar no parabrisa de vez em quando. Aliás, eu acabo as atraindo com meu charme e simpatia. Uma voz final entrou na conversa. Era a Joana. Realmente, ele não quis assumir responsabilidades. Eu já era mãe de algumas joaninhas bagunceiras aqui e ele ainda é um sapo muito jovem para se amarrar.

Fiquei um minuto em silêncio, aguardando o que viria depois. O Thomas conitnuou sua linha de raciocínio: Então, acho que você quer ter controle sobre algo que é impossível. Não podemos mudar ninguém. Só podemos mudar a nós mesmos. Não é possível criar expectativas sobre os outros, mas apenas sobre nós. Pensar que o outro deve agir como nós agiríamos é procurar sofrimento. Mas Thomas, indaguei, eu preciso deixar claro o que eu espero dos outros, não? Sim, você deve. O que não se deve é esperar que, para satisfazer os seus anseios, o outro deixe de satisfazer os próprios. Fiquei mais triste e perguntei: Então tenho aqui um caso perdido, já posso desistir? Você nunca deve desistir do que acredita, mas não pode esperar que o outro se molde a você. O que pode acontecer, mas, por favor, não fique sonhando com isto, é o outro chegar a conclusão de que estar contigo é o maior desejo. Escolher ceder em alguns pontos para estar com você é o que vai fazê-lo feliz. Não queira que sejam feitos sacrifícios dolorosos, penosos, porque isto nunca dará certo. Você também fez isso, cedeu. E não foi doloroso porque o que te fazia verdadeiramente feliz não eram os conceitos nos quais você se agarrava, mas sim, o estar junto e, para isso, houve concessões, mas não sacrifícios, você tinha prazer em agradar.

Fiquei pensando um  momento e questionei: Thomas, você acha que eu mereço passar por isso? Ele, muito sereno, prontamente respondeu: Não é questão de merecimento, mas de oportunidade. Oportunidade de ser melhor. Você está vivendo essa história de um lado que nunca tinha vivido antes. Está aprendendo que quando tomamos uma ação, outras pessoas são impactadas. Ninguém é responsável pela felicidade do outro, mas, plagiando um pouco, você é responsável pelo que cativa. Daqui pra frente, você será uma pessoa melhor, com certeza. E mais madura, parará de esperar tanto do outro. Em síntese, Thomas, questionei, o que devo fazer, então? Exercitar o dom da paciência, querida. Nada do que faça mudará qualquer decisão, simplesmente porque a decisão não é sua. As decisões que cabiam a você, já foram feitas e me orgulho disto. Achei que não pudesse.

Minha conclusão foi: Thomas, parece simples, mas é difícil aprender a esperar. Você não me parecia tão teimosa, Thomas elevou um pouco o tom de voz. Acaso não é melhor esperar uma fruta amadurecer a comê-la ainda verde? Dá dor de barriga, até! E, no mais, você já descobriu o grande segredo da vida. Você escolhe ser feliz todos os dias. Independente do que aconteça, sempre será assim. Mesmo que num dia seja mais difícil de sorrir do que em outros, quando você levanta, continue assim, optando pela felicidade. Bom, falei de mais por hoje e isso está me dando uma moleee....zzaaaa... Vou tirar uma soneca. A propósito, gosto desse CD!
Realmente, o Thomas é muito esperto...

Tuesday, January 31, 2012

Licensinha para uma canção alegrar nossa manhã

Eu encontrei quando não quis
Mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
Antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
Na fila do pão, sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
Que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ah vai!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
Afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
Ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
A minha TV num jeito de te levar
A qualquer lugar que você queira
E ir onde o vento for
Que pra nós dois
Sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
Que eu te mostro alguém a fim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar
http://www.youtube.com/watch?v=Dp-rVINSOhU

Monday, January 30, 2012

O dia em que caiu um meteoro em meu jardim

Estava eu sozinho em minha sacada admirando o céu, em uma noite qualquer, daquelas em que me sento sozinho em minha sacada quando, um raio de luz despencou do alto, fazendo um barulho estrondoso em meu quintal escuro. Minhas fantasias da infância, o lego de astronauta, sonhos adormecidos e varridos pelo tempo, vieram à tona. Ofegante, cheguei ao jardim com minha lanterna, vasculhando em busca daquele objeto não-identificado. Se tive medo? Quem não tem medo dos sentimentos que não conhece? Quem não estremece ao sentir o coração bater mais acelerado e o sangue correr mais rápido em suas veias? Mas tinha que encarar. Remexendo em alguns pequenos arbustos mal cuidados, encontrei: era um meteoro! Uma pedra rochosa enviado pelos deuses! Aquilo devia de significar algo. Tratei de acolhê-lo em meu lar. Sim, uma pedra tão especial não pode ser tratada de qualquer maneira. Tratei de colocá-la pra dentro, junto a mim! Não me importava os riscos de estar lidando com uma coisa completamente diferente de mim, tampouco algo que trazia consigo marcas (e quiçá bactérias) desconhecidas. Eu só tinha vontade de acariciá-la e mantê-la por perto.
Não demorou nada para eu me acostumar dormir olhando pra pedra. Pra mim, ela significava proteção, sorte, bênção e todas as coisas boas desse mundo. Todas as coisas boas desse mundo bem ali, na minha casa, comigo. Ninguém poderia imaginar.
Não saia da minha cabeça os detalhes da noite em que chegara até mim. A luz que fez resplandecer sobre minha casa, os sentimentos e sensações que em minutos conseguiu despertar. Decidi que dela não me separaria mais. Seria meu amuleto, meu guia e minha companhia pra toda uma vida. O que? Levar a pedra para ser analisada? Não me agradava nada, embora muitos curiosos, quando eu ia à feira, ao mercado ou outro lugar público, insistissem em tocá-la e em me questionar se aquela história de guardá-la comigo daria certo. Nenhuma opinião me importava.
No café-da-manhã, no almoço e no jantar, ela estava comigo, de uma forma ou de outra. Eu gostava de cuidar dela. Limpá-la, expô-la um pouco ao sol para que ficasse mais linda e resplandecente!
Mas por que eu estou triste? Bem... fico sem graça de contar, na verdade. Queria poder voltar no tempo, mas já não é possível. Um dia, quando eu a estava lustrando, eis que a deixo escorregar, sacada abaixo. Ela bateu em algumas partes do telhado e, lá embaixo, deu de encontrar com uma outra de sua espécie, mas terrestre. E espatifou-se. Em milhões de pequeninos pedaços, tão pequenos que já não seria possível uma reconstrução. Se foi, meu meteoro. Com ele muitas coisas em mim também. É. A vida é assim: tudo acaba rápido, ainda mais o que um dia caiu do céu.