Eu posso estar em qualquer lugar; em meio ao barulho, em meio a conversas ou apenas em silêncio... As palavras surgem e pedem para ganhar espaço. Quero aqui compartilhá-las. São sobre a vida, sobre como a vejo e a percebo; são sobre pessoas que passaram pela minha própria vida e deixaram boas marcas. São coisas sobre os sentimentos ou comportamento e coisas sobre nada também... Escrevo coisas que às vezes nem eu mesma entendo. Quem sabe você não consegue?
Monday, September 21, 2015
Intésis
Intésis di manhã cedo aqui to eu
Pensando, cuidando, sonhando
Intésis qui entre o sol pelo quarto meu
I mi ponha di pé pra carregá
Esse mundo Dimeudeus qui intésis também é meu
Meu murmúrio intésis que alguém mi ôuvi
Intésis alguém sempre há de ver um murmúrio breu
Qui diz e que fala intéses se cê num morreu
Itésis que chega a decisão de partir ou
Ficar pra tudinho semear cas palavras deste céu
Quem escreve intésis é alguém muito sabido
E letrado e letrista mas que já se perdeu
O poeta de tudo canté dia intésis morrer a lida
Cria a palavra recria a rima inventa história
Pracabá de vez com tesis de que nunca sabeu
Intésis amanhã, Jura!
Intésis bem depois, Nino!
Intésis qui cê volte, intésis algum dia, Kiko!
I vovoltá pra meus afazê intésis mi ver di manhã cedo
Pensando, cuidando, sonhando
Friday, June 12, 2015
Dia dos namorados
Neste dia dos namorados, vi nada de bonito não:
Vi foi gente que só serve
E outros que são servidos;
Vi a mesma cor marginalizada
No trabalho pesado, maçante, acabado
Enquanto outros comiam do melhor
De seu esforço ignorado, oculto, invisível
Pelo menos aos cegos do consumismo
Que só sabem achar justo aproveitar
Eu olhei para o prato e enxerguei
O menino que o entregou subindo
Não na vida, mas no ônibus lotado, suor na camisa
Peso de carregar o mundo nas costas
O mundo que quer ser servido por ele,
É o mesmo mundo que bate no peito contra cotas
E diz que o preconceito é coisa do passado
Mas ao contar os servos e servidos
Neste mundo aqui pequeno e resumido
Só posso ver essa tal constatação:
Branquinho é o patrão, o bacana do escritório ou chefão
Os serventes ficam como um borrão de uniforme, sem nome
Sem voz, sem vez, sacudindo-se como pode
Para sobrevivem em um mundo que não foi feito pra eles
Feliz dia dos namorados?
Que a paixão ultrapasse dois e chegue a abraçar
A quem raramente recebe um singelo olhar
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