Ainda está morna. Os pés conseguem dizer quão forte o sol tinha brilhado naquele dia de janeiro. Mas agora, já com o céu tomado pelo alaranjado da despedida da grande estrela, a areia fazia um carinho, como se quisesse recompensá-lo por tudo o que tinha passado. Que ano! Em sua mente havia muitas esperanças renovadas e, ao mesmo tempo, um medo de que nada mudasse. Ali já não havia ninguém, que não o gigante mar. Nunca havia olhado nos olhos do mistério como naquele momento. Será que esperava alguma resposta? Talvez as ondas lhe trouxessem alguma mensagem em uma garrafa ou, então, o seu som imponente, na verdade, dizia-lhe alguma coisa: faça, vá, vivencie...
Foi melhor que sentasse. Tem uma linha bem ali que separa o que suas vistas podem atestar e o que o seu coração pode enxergar.