Thursday, September 15, 2011

Fabricação 1985/ Modelo 2012

Aprender a dançar.
Aprender a nadar.
Aprender a tocar flauta
Aprender estacionar o carro
Correr mais
Festejar mais
Sorrir mais
Tolerar mais
Reclamar menos
Trabalhar menos
Desperdiçar menos
Esperar menos
Ler melhor
Escrever melhor
Ouvir melhor
Ser melhor

Ser a inspiração de alguém
Ouvir história dos idosos
Escrever para quem merece
Ler o que me faz feliz
Esperar só o que depende de mim
Desperdiçar as críticas infundadas
Trabalhar mais pelo outro
Reclamar mais por meus direito
Tolerar as palavras amargas
Sorrir pro sol e pra chuva também
Festejar com quem vale a pena
Correr atrás do que acredito
Aprender o que são 200 Km
Aprender que há vários mundos no mundo
Aprender a enxergar os meus tesouros
Aprender a dizer as coisas simples que desejo

Wednesday, September 14, 2011

Nem morto... mesmo!

A vida aqui no cemitério é muito sossegada. Vem um ou outro me visitar, com aquelas florzinhas-fedidas-de-difundo. Poxa, bem que podiam trazer um chocolatinho, uma cervejinha... Tá certo que agora eu literalmente sou um saco sem fundo (hahahah!!) e daí a comida vara pro chão, mas só o cheirinho já seria ótimo.
Os meus novos amigos? O pessoal aqui é legal, sim. Tá certo que tem uns metido a besta e tudo, mas são coisas da vida - ou da morte. Levei foi é sorte de não ter nenhum parente meu por aqui. Por pouco não virava vizinho do meu cunhado lá nos Amarais, vejam só.

Agora, quem mais me espanta por aqui é o Dr. Lucas. Aliás, nem sei sei é Dr. de hospital, Dr. da justiça, ou Dr. de nascença mesmo. É assim que ele gosta de ser chamado. Chegou faz pouco, trazido por um cortejo muito elegante da alta sociedade. A nova casa dele é até bonita, mas ele divide o espaço de granito com mais umas par de gente. Tão meio amontoados, na verdade. Deve ser por isso que o coitado reclama dia e noite. Sente falta da vida que tinha. Morava numa casona e não dividia nada com ninguem. E o pior é que o coitado nem tinha tempo de desfrutar a piscina, a churrasqueira e o cinema que ficavam dentro da mansão. Sei lá o que fazia, mas dizem que trabalhava muito e estava sempre sozinho porque a mulher e os filhos estavam preenchendo o tempo no estrangeiro. É um cara curioso, esse Dr. Lucaas. Passa o dia inteiro observando as outras almas penadas, como se a gente fosse um bicho estranho, sei lá. Somos só pessoas mortas! Simples assim. E ele fica pedindo as coisas, quer que a D. Luiza limpre o seu túmulo, que o Seu Florêncio organize as flores, e que a Andreia, uma moça cantora, cante pra ele... Só não fala com os coveiros porque sabe que não podem ouvir o que falamos.

É claro que ninguém dá bola, afinal estamos mais preocupados em descansar em paz, óbvio. Não, não é chato aqui não. Visitamos uns aos outros e gostamos de sentar à noite pra contar nossas histórias: nossas famílias, nossas conquistas, nosso legado. Tudo o que deixamos pra trás. Boas lembraças. Dr. Lucas não particpa. Ou ele não lembra ou não tem o que dizer, como diz seu vozinho. Às vezes eu até penso em ir conversar com ele. Trocar umas ideias. Um dia até tentei puxar um assunto, mas o sujeito é arrogante que só. Tudo porque sou uma alminha que teve vida simples... Agora isso não faz mais diferença. Curioso que mesmo os menos inteligentes se dão conta que por aqui o dinheiro, a vaidade e o poder não importam. Somos iguais deste lado; todos dormimos debaixo da terra.

Hiiiii, lá vai ele gritar de novo com Seu Florêncio. Quer exigir que ele pegue as folhas secas do vasinho que deixaram já há mais de um mês. Bom, Dr. Lucas deve ser desses homens fortes, que não desistem nem depois de morto.

Saturday, September 3, 2011

Fidelidade

Se tivesse eu sido fiel ao teu segredo teria evitado muito sofrimento:
O seu, que ficou anos calada, a amargar a traição do segredo
O meu, por me ver sem dois bens preciosos
E o do segredo, por ter em algum momento sido revelado