Wednesday, March 21, 2012

Só sei de uma coisa: a vida é um grande sem sentido

Um dia sentiremos saudades da viagem que não  fizemos
Daquela que nos prometemos e começamos a planejar
Uma tarde qualquer sentiremos saudades do futebol
Do jogo que empatou porque o juiz anulou um gol
Sentiremos saudades de uma sexta-feira de espera
Não haverá comemoração das conquista, nem consolo das derrotas
Um dia sentiremos saudades da comida não mais preparada
Do café-da-manhã nunca mais posto
Sentiremos saudades das surpresas incompletas
Dos planos esquecidos, dos filhos que não nasceram
Sentiremos saudades do que poderia ter sido a felicidade
E encontraremos outras razões para se alegrar

A vida é um grande sem sentido

A saudade doi,
Doi a hora que quer
Machuca da forma que quer
E vai embora... Talvez um dia vá se quiser...

Thursday, March 8, 2012

Dia da Mulher

Existe um ser tão sublime com capacidade tamanha?
Capacidade de carregar no olhar uma doçura e mansidão
Mesmo diante das pressões de seus inúmeros papeis
Capacidade de trazer consigo as marcas do tempo e sua força
E ainda assim manter uma beleza rara e delicadeza inconfundível
Cantada por Vinícius como o ser que
“Transforma-se em fera sem perder sua graça de ave; e que exala sempre
O impossível perfume...”
Cantada por Neruda como Plena,
“Maçã carnal, lua quente, espesso aroma de algas...”
Cantada pelo João, pelo Pedro e pelo José...
Simplesmente porque é o ser que se faz canção:
Seu caminhar expira musicalidade,
Seu falar são versos de amor,
E sua vida... Ah, sua vida é o ritmo que embala o mundo

Tuesday, March 6, 2012

Eu estava aqui o tempo todo

Eu estava aqui o tempo todo...
Não pude ouvir o teu chamado.
Havia perdido o meu vigor...
Velas e veias inchadas...

Não me levaram as monções... Não.
(Pedi segredo a Diana e a Febo).

Arda em fogo brando do fatal desejo... Arda!
Sou teu líquido predileto... Teu ar... Sou eu!
Nas lacerações maldosas da vida,
Meus braços te salvam... Te trazem... Te tragam...
Te confortam...

Nunca te arrependas! Sejas lenho... Inflama-me!
Sintas minha singela presença... Sejas minha!
Eu estava aqui o tempo todo.
Exalei madressilvas para que pudesses perceber-me...

Não notaste?...Não?

Eu estava preso num fosso profundo...
Situado bem próximo do fim do mundo...
Esperando por ti... O tempo todo...
Estava numa tentativa vã de esboçar-te um... Sorriso...
Pelos crisântemos caminhos do amor
Tuas palavras pedras rígidas em mãos morenas... Macias!
Teus fartos e lindos cabelos negros que causam
Inveja a qualquer mísero... Espelho!...

És linda!
Não querida! Não percas a esperança,
Essa senhora que te leva pela tortuosa estrada
Da vida...

Não duvides dessa senhora! Ela guarda toda magia
Que pode haver contida numa... Conquista!

Quero que me queiras como eu te quero.
Não te preocupes mais,minha Menina...
Das tuas perguntas serei as respostas...
Espero...

Derrubaste-me... És linda!... Te vi!...
És a pomba santa que espero...
Podes me ver?... Não?
Estou aqui! Estou aqui!

O Jumento e a Anta - e a Arara

O Jumento tentou firmar-se com a Anta. Ele a amava. Ela o amava também. A Anta acreditava que isso era suficiente, mas  o Jumento, muitas vezes pensava na Galinha, que ciscava  no terreiro.
A Anta nada percebia, até que um dia, viu o Jumento junto com a Galinha numa dança diferente de acasalamento. O Jumento tentou defender-se dizendo que infelizmente não era uma Arara e não conseguiria ser fiel a uma Anta. Separaram-se. A Anta encontrou uma Arara. O Jumento, tentando uma maior identificação, saiu com uma Vaca. E, veja só... O Jumentinho a levou numa exposição, para um almoço com amigos, está todo Arara com ela. No fundo, no fundo, todos os animais invejam aquelas penas coloridas... Que bom!