Essa é a pergunta que acompanha a humanidade há muito tempo... Há quem simplesmente deixou ou nunca acreditou; há os que acreditam cegamente sem ousar perguntar-se; há os que preferem pensar que sim como a forma mais plena da esperança de que tudo um dia melhore. Pois bem. Eu prefiro os fatos.
Quando vejo uma injustiça como a de uma criancinha passando fome ou sofrendo qualquer tipo de violência, por exemplo, fico inclinada a pensar que Deus não existe ou, pelo menos, não existe da forma como as religiões o pintaram: onisciente, onipresente e onipotente. Se Deus é todo bondade e todo poderoso como dizem e não faz nada para ajudar a corrigir nossas falhas que devastam a nossa raça, algo está muito errado. Ou ele não quer (e daí não seria tão bondoso assim) ou ele não pode (e, assim, não seria tão poderoso quanto pensam). O que ocorre, mais uma vez, é que o conceito sobre Deus foi totalmente deturpado pelos homens religiosos que o quiseram aprisioná-lo e reduzi-lo a uma divindade que nos vigia o tempo todo com o objetivo maior de um dia poder nos punir e, de preferência, nos mandar pro inferno. A partir daí, resolveram colocar umas regras. E, como os porcos de Orwell, vão adaptando-as para a conveniência da dominação. A fé foi mudando de direção. Não está mais em Deus, mas nas instituições que se julgam suas representantes na terra.
Pois “Deus é uma força estranha, é nosso pé na estrada, é uma voz dentro de nós”. Não me lembro onde ouvi isso, mas gravei. Gostei. Concordei. Deus não existe porque existe. Deus existe porque pode ser vivenciado, atestado, experimentado. Não em uma igreja ou porque alguém assim o quer, mas porque está em nós. É a força que impulsiona e motiva. É o que cria todos os sentimentos bons que temos. Ele está no milagre diário de sobrevivermos perante a violência, à corrupção e a tantos males criados por nós mesmos. Ele está na vontade que temos de fazer o bem para quem não conhecemos, na preocupação com os que precisam. Deus está também, na natureza e em sua perfeição. Ok, ok. Isso não prova nada. Talvez. Afinal, seria possível provar o amor? Como conseguir provar o que sentimos? Não amamos porque temos fé. Simplesmente amamos. Não amamos para sermos amados. Simplesmente amamos. Não amamos em troca de dinheiro. Simplesmente amamos. Isso é Deus agindo em nós. Deus é o que nos faz sorrir mesmo em tempos difíceis. É o que nos faz enxergar nossa pequenez e nosso egoísmo enquanto seres humanos.
Não quero convencer ninguém. Cada um precisa descobrir sua espiritualidade. Mas seria muito bom se todos percebessem o Deus que está em si e no outro. Já que o temem tanto e o respeitam, talvez o relacionamento entre as pessoas mudaria. Seria muito bom se todos percebessem que as divisões religiosas e as ideologias estão muito abaixo do que seja Deus. Que a verdade tão anunciada, na realidade, não tem muito sentido. Saber da existência de Deus é saber que estamos aqui para sermos felizes.
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