O homem sentado no banco
Não vê a vida passar
Vê as coisas tão distantes
Do povo perto a transitar
Vê o menino com seus livros
Tanto sonho leva no olhar
Tanta esperança que já foi perdida
Mas ainda não parou de caminhar
Vê a moça bonita sorrindo
Mas com tanta coisa que perdeu
Uma amargura no peito contida
Algo antigo que ainda não morreu
Vê a gente brincando de amor
Fingindo ou querendo ser feliz
Há em nós algo que já foi bom
Algo que já nos tirou do triz
O homem sentado no banco
Não é só um homem, coitado
É um poeta, um trovador
Enxerga a alma, enxerga além
Vê o que não vê: percebe o amor
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