Eu posso estar em qualquer lugar; em meio ao barulho, em meio a conversas ou apenas em silêncio... As palavras surgem e pedem para ganhar espaço. Quero aqui compartilhá-las. São sobre a vida, sobre como a vejo e a percebo; são sobre pessoas que passaram pela minha própria vida e deixaram boas marcas. São coisas sobre os sentimentos ou comportamento e coisas sobre nada também... Escrevo coisas que às vezes nem eu mesma entendo. Quem sabe você não consegue?
Friday, June 12, 2015
Dia dos namorados
Neste dia dos namorados, vi nada de bonito não:
Vi foi gente que só serve
E outros que são servidos;
Vi a mesma cor marginalizada
No trabalho pesado, maçante, acabado
Enquanto outros comiam do melhor
De seu esforço ignorado, oculto, invisível
Pelo menos aos cegos do consumismo
Que só sabem achar justo aproveitar
Eu olhei para o prato e enxerguei
O menino que o entregou subindo
Não na vida, mas no ônibus lotado, suor na camisa
Peso de carregar o mundo nas costas
O mundo que quer ser servido por ele,
É o mesmo mundo que bate no peito contra cotas
E diz que o preconceito é coisa do passado
Mas ao contar os servos e servidos
Neste mundo aqui pequeno e resumido
Só posso ver essa tal constatação:
Branquinho é o patrão, o bacana do escritório ou chefão
Os serventes ficam como um borrão de uniforme, sem nome
Sem voz, sem vez, sacudindo-se como pode
Para sobrevivem em um mundo que não foi feito pra eles
Feliz dia dos namorados?
Que a paixão ultrapasse dois e chegue a abraçar
A quem raramente recebe um singelo olhar
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